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A Ritinha

O blogue das birrinhas da Ritinha. Umas melhores, outras piores. Como tudo na vida.

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13.Out.04

O código santana

Não vi, pois que não vi! Passei por lá, mas não vi. Recusei-me, pronto! Foi na segunda-feira, dia 11 de Outubro, passei por lá, mas não quis ver! Mas bastou uma fracção de segundo para me vir à cabeça o código da Vinci. É impressionante, o nosso cérebro! Faz, assim sem mais nem menos, estas associações descabidas! Descabidas? Diz-se que Leonardo da Vinci escondia nas suas obras sinais/códigos que pretendiam transmitir mensagens proibidas que na época não eram vistas com bons olhos ( se quiserem saber mais sobre o assunto leiam "O código da Vinci" que tanto furor fez este Verão ). Assim acontece em quadros como "A última ceia" e "Mona Lisa". Pois quando passei por lá, bastaram uns segundos para ver o "quadro". Não de da Vinci, mas desse grande "pintor" que é Santana Lopes! Um "quadro" carregado de sinais/códigos colocados no local certo e com uma certa função. Enfim, um "quadro pintado" com todo o cuidado, que me lembrou os meus 17 anos, quando passava uma boa meia hora em frente ao espelho, antes de sair de casa, para conseguir aquele ar desleixado, "blasé" de quem nem sequer olha para o espelho antes de sair de casa. Tudo naquele "quadro" estava colocado no sítio certo, de forma estudada para nos fazer acreditar na sua naturalidade. O resultado foi um "quadro" feio, inestético, muito longe de atingir a beleza e a perfeição das obras de da Vinci. Ao contrário destas, neste "quadro" foi muito simples descodificar os sinais e perceber que, afinal, não existia ali qualquer mensagem!

09.Out.04

Por isso é que o país não vai pra frente....

7/10/2004 A expressão que dá título a este singelo desabafo é, há já muito tempo, utilizada pelo povo anónimo quando, por algum motivo, se sente injustiçado e irritado. Nos últimos tempos tenho dado por mim, em jeito de brincadeira, a utilizar a expressão. Que o país não vai pra frente, que é como se uma "força invisível" o puxasse, permanentemente, para trás travando assim o seu natural avanço. Aos poucos essa "força invisível", qual tinta em documento secreto, começa a aparecer, delineando os seus contornos. E assim, a expressão usada em jeito de brincadeira passa, cada vez mais, a ser um "caso sério". Estão em cena em Lisboa duas peças de teatro representadas por actores brasileiros bem nossos conhecidos das telenovelas. Fui ver uma delas e gostei bastante. No dia seguinte li num semanário um artigo que me fez utilizar a tal expressão. Mas desta vez não em jeito de brincadeira! Irra, por isso é que o país não vai pra frente!!!! Escrevia o tal senhor do artigo coisas horríveis sobre a peça. Que aquilo não era comédia verdadeira, que os verdadeiros dramaturgos de comédia, já mortos, deveriam estar a revolver-se na tumba com vergonha ( e aqui o tal senhor apresentava uma extensa lista de autores que ia desde Aristófanes até aos nossos dias ).Enfim, a realidade representada na peça era de baixo nível e nada educativa. Uma coisa execrável! Pergunto-me o que se passará na cabeça deste tal senhor. Terá ele visto a peça? Saberá ele que Aristófanes e Gil Vicente, para não falar de outros ( o meu nível cultural não se mede pelo tamanho das listas de autores que conheço ), fizeram no seu tempo e em relação à sua sociedade precisamente aquilo que ele critica: pegar em situações da vida real ( na maioria das vezes pouco ou nada educativas ), exagerá-las, caricaturizá-las de modo a levar o espectador a reflectir sobre elas? Não me parece que saiba. A extensa lista de dramaturgos referida parece-me, isso sim, por um lado uma necessidade permanente, quase vital, de mostrar que se é muito intelectual e por outro lado uma inveja muito grande daqueles que fazem bem as coisas e por isso são bem sucedidos. Temos pois uma mistura explosivamente perigosa: inveja+frustração+insegurança+arrogância.... São pessoas como este tal senhor que se queixam da falta de comparência do povo português nas salas de teatro. Que é uma vergonha, o povo português não vai ao teatro, que as salas estão às moscas. Mas quando alguém, mais inteligente do que o tal senhor, descobre uma maneira de motivar o povo a ir ao teatro, o tal senhor aparece logo com a sua crítica.Se alguém se lembra de encenar peças de teatro representadas por actores de novelas, tão conhecidos do povo, vêm logo os tais senhores dissertar sobre a baixa qualidade das mesmas e dos ditos actores. E aí estão as salas de teatro cheias, mas as peças são execráveis e não "enchem as medidas" da nossa elite cultural!!! O que é que se passa na cabeça desta gente? O que pretendem afinal? Ficar eternamente donos da cultura num teatro às moscas? São pessoas como este tal senhor que formam a tal "força invisível", o tal "peso morto" que puxa constantemente o país para trás, impedindo-o de avançar. Entre outras causas, é também por isto que o país não vai pra frente!.....