Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Ritinha

O blogue das birrinhas da Ritinha. Umas melhores, outras piores. Como tudo na vida.

A Ritinha

O blogue das birrinhas da Ritinha. Umas melhores, outras piores. Como tudo na vida.

24.Jul.05

Estes americanos estão (são) loucos!!!!!!!

Ouvi hoje no noticiário, que os americanos propõem que seja retirado a Egas Moniz o prémio Nobel da Medicina que lhe foi atribuído em 1949 ( como se pode retirar algo a alguém que já morreu? Saberão os americanos que o senhor já morreu? ). Fiquei à espera da explicação para tão radical proposta. E o jornalista lá foi explicando. Parece que um conjunto de familiares de doentes submetidos à técnica da lobotomia vem agora reclamar que seja feita justiça. Egas Moniz começou a utilizar a técnica, em Lisboa, em 1936, em doentes com graves perturbações psiquiátricas. A operação consistia em realizar, através de orifícios feitos no crânio, pequenas incisões nas fibras nervosas do lobo frontal ( e não cortar "bocados" de cérebro como tantas vezes se ouve quando se aborda esta temática). Parece que os americanos, como é costume, decidiram começar a utilizar a técnica em massa. Durante cerca de 40 anos, o médico americano Walter Freeman fez mais de 50 mil leucotomias ou lobotomias! Fazia-as em qualquer "vão de escada". Primeiro no seu escritório, depois numa carrinha, a "lobotomobile". Para fazer os orifícios no crânio chegou a utilizar um picador de gelo! Enfim, um autêntico filme de terror... É claro que a grande maioria destas intervenções teve resultados horríveis! Sem querer entrar num orgulho nacionalista ridículo e sabendo que esta temática foi sempre alvo de muita controvérsia, quero deixar aqui as palavras do neurologista Alexandre Castro Caldas: "O prémio Nobel foi-lhe ( a Egas Moniz ) atribuído por um trabalho que abriu portas a um desenvolvimento científico e não pela prática clínica. Nos anos 30, a leucotomia representou um progresso enorme no conhecimento de funções cerebrais. Foi aí que se estabeleceu pela primeira vez uma relação directa entre a doença mental e a estrutura cerebral. A aplicação errada da técnica desenvolvida por Egas Moniz não lhe pode ser imputada." Também o professor João Lobo Antunes diz: "Tenho estudado a vida e o trabalho de Egas Moniz e sempre me irritou um pouco a forma como as pessoas olham a leucotomia cerebral, sem a colocarem na perspectiva histórica correcta." Não nos chegavam já os "velhos do Restelo" que andam por aí, sempre dispostos "a deitar abaixo" tudo o que é nacional? Faltava-nos agora um bando de americanos loucos que se atrasou a reclamar e, por isso, já não recebe qualquer compensação e quer mais uma vez mostrar ao mundo que quer, pode e manda?

03.Jul.05

O que se passa?

Li hoje no "Expresso", como quase todas as semanas, o artigo da Clarinha ( Clara Ferreira Alves ).
Não gostei muito. Ou melhor, fiquei irritada com a Clarinha.
Eu gosto dela, juro que gosto e da sua escrita. Gosto da escrita da Clarinha, pois que gosto.
Mas "desancar" assim nos portugueses a ponto de escrever coisas que não são verdade!!!
Assim não dá, Clarinha! Acabas por cair no mesmo erro que criticas tão agressivamente! Escreveres que Camões e Pessoa são ignorados nas nossas escolas! Não é verdade!
E também não me pareceu muito bem escreveres, e passo a citar,: "Ensinar-lhes (aos portugueses ) o que de melhor temos, e que não se limita a Saramago e Lobo Antunes, Siza e Damásio, Paula Rêgo e Vieira da Silva ( e, se fazem favor, digam-me quais e quantos destes vivem, viveram e trabalharam em Portugal? Quantos? Dois, Lobo Antunes e Siza, que passam o tempo a viajar)."
É verdade que temos muitos mais nomes importantes na nossa cultura, mas então por que não os referiste tu com a mesma facilidade com que referiste os outros? Começaria aqui o ensino do qual estamos todos tão precisados, não achas?
Por outro lado pareceu-me mal, ou seja, não me pareceu muito bem, o discurso entre parêntesis. Pareceu-me mesmo um pouco azedo e provinciano. Então agora as pessoas já não podem viajar? Darão menos à cultura do seu país por estarem muito tempo ausentes ou mesmo viverem noutro país?
".... em suma, um país de ignorantes e desinteressados do mundo, e de autodidactas, que é o que somos, é um país miserável."
Não me pareceu nada bem Clarinha...
Oh Clarinha, afinal o que se passa contigo?