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A Ritinha

O blogue das birrinhas da Ritinha. Umas melhores, outras piores. Como tudo na vida.

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25.Set.08

...

quem tem a culpa de Portugal?

Algo me escapa na completa compreensão de Portugal.

Em teoria, Portugal seria responsabilidade dos portugueses, mas já tenho falado com alguns portugueses – aqui e ali, comigo próprio – e não parece ser assim.

O português, se já viajou pelo menos uma vez ou duas, dirá que se vive muito melhor em Madrid. Que Barcelona é que é uma cidade. Que foi a Paris e ficou parvo. Que Londres é que é cosmopolita e isto é o campo. Que os alemães é que trabalham. Que a América é que é livre. Que, no Luxemburgo, é que lhe dão o valor. Que a Irlanda é que topou a Europa. Que em Cuba é que há bons médicos. Em Itália é que há turismo. A Grécia, aquilo é que são ilhas. O Brasil, aquilo é que é viver. Na Bélgica, aquilo é que é limpeza. A Suíça é que é civismo. A Suécia, a Noruega e a Dinamarca – Deus meu! – é o Olimpo: trabalha-se pouco, mas bem, há instrução a rodos e, do neto ao avô, toda a gente presta serviço à comunidade. A Islândia é que faz música. Em África é que era. Na China é que eles sabem como é que é. A Holanda é que é liberal. A Argentina é que é bonita. A Venezuela não se deixa enganar. O Canadá não se mete em chatices. A Austrália é que deu certo. No Japão é que se pensa.

E concluem fatalmente: não é como aqui.

Se o português nunca viajou, pior. Porque tem um primo na Áustria, um cunhado na África do Sul e uma irmã na República Checa que se fartam de viajar porque, na Áustria, na África do Sul e na República Checa é que é.

 

Ora, de tudo isto infere-se o seguinte: Portugal é uma coisa e os portugueses outra. Portugal é algo que se cria e deglute a si mesmo. Só pode ser. É habitado por uma gente luminosa e esclarecida, mas, mesmo assim, não dá luz. Não aproveita. Que ingratidão.

Os portugueses – eu, você, o Vale e Azevedo e os outros dez milhões – estamos conscientes de tudo o que funciona, como funciona e sentimo-nos sofregamente identificados e compreendidos de cada vez que voamos alguns quilómetros para lá de Vilar Formoso. Mas que fazemos exactamente com essa informação? Nada, claro. Tentamos desesperadamente, mas Portugal não nos dá ouvidos. O que é esquisito, dado que, ao que parece, todos os portugueses pensam precisamente o mesmo que nós.

É como a alegoria da caverna de Platão. Nós saímos da caverna, vimos todos a verdade lá fora, mas não somos capazes de iluminar o nosso mundo de sombras quando regressamos.

 

Que estranho. Gente tão especial e esperta como nós.

 

retirado do blogue Sinusite Crónica

05.Set.08

FÉRIAS XXIV

Insólito... 

 

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João Marcelino, no editorial de ontem do DN fala-nos da estranheza que resulta dos juízes estarem a actuar de uma forma tal que até parece sugerir que pretendem que se lhes retire capacidade de decisão. Insólito...

DN: «(...) Os juízes estão contra as leis penais que foram alteradas pelos políticos na Assembleia da República. A questão não é a própria lei, mas a sua interpretação. Consideram que o novo código do processo penal é garantista no que diz respeito à prisão preventiva - porque a torna regra apenas em crimes sujeitos a mais do que cinco anos de prisão. E, mesmo que na lei esteja escrito que o juiz tem a liberdade de a decretar para crimes com penas até cinco anos, sempre que haja crime violento, organizado, terrorismo ou que seja posta em causa a vida e a integridade física de pessoas ou ainda que haja envolvimento de armas (ainda que não mostradas ou usadas), os juízes não consideram que isto esteja suficientemente explícito na lei para que eles possam aplicá-lo.

Dir-se-ia que os juízes queriam ser "obrigados" a aplicar a prisão preventiva. Mas é difícil de compreender que um juiz, que tem por função julgar, decidir, queira que lhe retirem parte dessa capacidade de decisão. (...)»

  

retirado do blogue A Lei do Funil

05.Set.08

FÉRIAS XXIII

 

Excelente artigo de Fernanda Câncio no DN de hoje.

 

[...] O primeiro diz respeito ao facto de estudos internacionais demonstrarem que os países do mundo onde existe um mais elevado sentimento de insegurança são aqueles em que o risco de ser vítima de um crime é mais baixo. E estudos britânicos demonstram que os consumidores de tablóides têm um maior sentimento de insegurança. O que nos traz ao segundo paradoxo, o mais óbvio: o do papel do jornalismo. São contabilizados anualmente, em Portugal, mais de duas dezenas de milhar de crimes rotulados como “violentos” (de homicídios a agressões, passando por violações, violência doméstica e roubos, com ou sem ameaça de arma). São mais de 50 crimes violentos por dia. Por que motivo de repente há notícias diárias sobre alguns desses crimes? É porque estes se tornaram mais frequentes ou porque uma opção editorial entendeu relevá-los? Onde está a consubstanciação da existência de um aumento, e um aumento em relação a quê? Fazer estas perguntas não é negar a realidade; é, ao contrário, querer conhecê-la para melhor lidar com ela. E é esse o terceiro paradoxo: quem surja publicamente a dizer o que acabei de escrever, ou a apresentar dados que contextualizam a realidade criminal portuguesa actual não só na realidade criminal portuguesa dos últimos anos como na realidade criminal dos países que nos estão próximos é invariavelmente acusado de tentar “desvalorizar” ou mesmo “branquear” a tal onda de criminalidade.

Uma espécie de pescadinha de rabo na boca, pois. [...]

Aqui fica para leitura integral: O PODER DE DEFORMAR

 

 

04.Set.08

FÉRIAS XXI

 

Experiência 
Um dos "problemas" de Barack Obama é a falta de experiência em relações internacionais, ao contrário de J. W. Bush que já possuía uma longa relação com o escocês Johny Walker.
 
 
retirado do blogue Arcebispo de Cantuária
 

 

 

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