PCP e BE ou a história da menina e da tainha
Ora então é assim:
Era uma vez uma menina, coitadinha, que tropeçou numa tainha (esta da tainha é só para rimar com coitadinha e para dar um ar mais surrealista à coisa) e partiu uma perninha. Chamou o menino que vivia também lá em casa e disse:
- Ó menino, leva-me ao hospital para me consertarem a perninha que está partidinha.
E o menino disse:
- Isso é que era bom! Nem penses! A culpa foi tua que tropeçaste na tainha e partiste a perninha.
E a menina disse:
- Mas que interessa isso agora? Que interessa de quem foi a culpa? Eu tenho é que ir ao hospital para me consertarem a perninha que está partidinha.
E o menino:
- Não vou, já disse! A culpa foi tua que tropeçaste na tainha, portanto vai tu ao hospital sozinha consertar a perninha.
E a menina:
- Mas eu sozinha não consigo, coitadinha, porque tenho a perninha partidinha. Já sei! Vai ali ao vizinho do lado e pede-lhe ajuda. Fala com ele para ver se ele me pode levar ao hospital para me consertarem a perninha, coitadinha, que está toda partidinha.
E o menino:
- O quê??? Nem penses! Não falo com o vizinho para lhe pedir ajuda. Arranja-te sozinha. Tu é que tiveste a culpa de teres tropeçado na tainha e partido a perninha. Eu cá por mim vou continuar a colocar tainhas no chão para as pessoas tropeçarem e partirem as perninhas, coitadinhas, e para eu depois as poder culpar.
E a menina, coitadinha, lá continuou (e continua), estiradinha na cozinha, com a perninha partidinha à espera de uma ajudinha.