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A morte é a curva da estrada,/
Morrer é só não ser visto.
Fernando Pessoa
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A morte é a curva da estrada,/
Morrer é só não ser visto.
Fernando Pessoa
Ainda bem que assim é.
O povo está, finalmente, feliz!
Eu também concordo com a medida. (Então porquê escrever este texto?)
Porque há uma diferença abismal: eu concordo hoje e concordaria se ela tivesse sido tomada pelo anterior governo (se isso acontecesse, os meus poderes divinatórios não chegam tão longe), os outros NUNCA concordariam (aqui os meus poderes divinatórios tornam-se factos reais) se o tal dito imposto tivesse sido "inventado", não pelo Passos, mas sim pelo Sócrates.
Ah, povinho molusco, invertebrado, sem espinha dorsal, que gostas de "levar nos cornos", desde que seja com meiguice, desde que seja com honestidade. Foi assim durante 48 anos! Ainda hoje muita gente, quando fala sobre Salazar, termina a conversa num tom desculpabilizante e ao mesmo tempo assim, sei lá ...um pouco paternal: ..., mas o homem era honesto, lá isso ninguém pode negar.
Onde andam as "comentadeiras" da SIC e outras que tais? Onde andam o PCP e o BE? Onde andam os indignados e revoltados de sofá? Onde anda o Medina, esse Mr.Magoo em decomposição avançada? Onde andam os sindicatos, esses grandes defensores dos trabalhadores? Foram todos de férias???
Ah, povinho de "conversa de padaria" que te deixas espezinhar, desde que seja por uma boa pessoa. Nunca entendi o conceito de boa pessoa. O que é uma boa pessoa? É aquela que te f*** sempre com um muito leve e subtil sorriso nos lábios? Fulano é uma boa pessoa, vê-se logo na cara dele, não é como sicrano que parece que tem o rei na barriga.
Ah, povinho que adoras ser f***** por uma boa pessoa, que apenas és movido por ódios pessoais, intrigas de vizinhas cuscuvilheiras e sede de vingança. Aí sim, és até capaz de vir para a rua gritar que é já tempo de embalar a trouxa e zarpar. Sede de mais conhecimento, sede de melhores condições de vida, sede de melhores condições de trabalho não te fazem sequer vibrar um pouco.
Ah, povinho ignorante que só te preocupas com a forma, porque nada entendes do conteúdo!
Mas és feliz!
Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!
Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raíz
Ter por vida sepultura.
(...)
excerto do poema O Quinto Império, de Fernando Pessoa
Parece que afinal é mesmo necessário encerrar escolas. Com um bocadinho de sorte, lá para o fim deste domingo, não só encerram as 654 escolas, mas ainda acrescentam mais umas quantas.
Ou muito me engano, ou, na pasta da educação, todas as medidas que utilizem o verbo "suspender" serão aplaudidas pelos vários parceiros (é assim que se diz, certo?).
E hoje, domingo (pode-se suspender ao domingo?), já se começou a trabalhar, digo, a suspender. Uma medida que, assim à primeira vista e mesmo à segunda, só tem uma consequência: adiar dois problemas: a necessidade de assegurar transporte para os novos centros escolares e os custos associados.
Então agora tomam-se medidas para adiar problemas? Sempre pensei que era para resolver problemas!
Ou muito me engano, ou voltámos ao" portuga no seu melhor": vamos lá destruir o que os outros fizeram, porque estava tudo mal feito, e depois logo se vê. Geralmente este "depois", após a reavaliação da situação, vai dar no mesmo. Mas suspendeu-se que, para o caso, é o que importa aos vários parceiros. É o que se chama governar para parceiro ver! Lindo!
PS: os vários parceiros esperam ansiosamente por um outro "suspender", mas esse parece que está mais difícil de sair......
Homens e mulheres de esquerda que afinal nunca o foram, é a vocês que me dirijo novamente.
Sobre o discurso do "nosso Nuno". Se não tivesse sido o seu primeiro discurso o meu comentário seria curto: aos costumes disse NADA. Mas como se estreou hoje terei que fazer um comentário um pouco mais alargado, porém sintético:
1. As Novas Oportunidades vão continuar. Pasme-se! Afinal sempre são um bom projecto para quem quer alargar os seus conhecimentos numa fase mais avançada da vida;
2. É necessária a realização de uma prova de acesso à profissão docente (onde é que eu já ouvi isto? O artigo 22 do estatuto da carreira docente prevê a realização de uma prova de acesso à profissão docente. A inclusão desta medida no programa do governo não traz novidade. O decreto regulamentar 27/2009 fixa as normas de realização da referida prova. Nunca foi posto em prática.) Quantos nas ruas de Lisboa desta vez?;
3. O modelo de avaliação de professores que este governo quis suspender imediatamente a seguir à queda do anterior executivo, afinal já não vai ser suspenso. Quantos nas ruas de Lisboa desta vez?
Pois é, homens e mulheres de esquerda que afinal nunca o foram parece que vão ter que voltar "à luta". Ou talvez não...... Porque afinal o que ontem não prestava, hoje pode ser bom. E descobre-se que, para além de nunca terem sido de esquerda, também são incoerentes.