Das poucas vezes que precisei de pedir dinheiro emprestado sempre paguei logo que o pude fazer. Sempre que alguém me pediu dinheiro emprestado fez questão de mo pagar logo que pôde. Não tenho nada contra os bancos, tenho um crédito à habitação como a maioria dos portugueses e sempre respeitei a ideia de haver "alguém" que empreste dinheiro, uma vez que só assim muitas pessoas podem adquirir bens que, de outra forma, nunca conseguiriam adquirir.
Mas nunca me passou pela cabeça aproveitar-me de uma "fraqueza" momentânea de alguém que me pede dinheiro emprestado, para a transformar numa "fraqueza" permanente. Nunca me passou pela cabeça que alguém que me empreste 10 euros me obrigue depois a pagar 100. Chama-se a isso agiotagem. É claro que tenho que pagar juros sobre o empréstimo que fiz para poder comprar uma casa. Mas tudo tem os seus limites.
Pode alguém ou alguma instituição emprestar dinheiro e cobrar juros tão altos de forma a que a pessoa que pede emprestado nunca mais possa pagar o que deve? Pode alguém ou alguma instituição asfixiar de tal forma quem pede emprestado que este não só nunca mais consiga pagar, mas ainda passe a depender para sempre de quem lhe empresta? É isto justo e moral e eticamente correcto?
Neste contexto pode aquele que pediu emprestado recusar-se a pagar? Pode. Porque ninguém tem que ficar eternamente agradecido a alguém que o ajuda e depois se aproveita para destruir completamente a sua vida.