REFLEXÕES
Existem no nosso país três grupos de pessoas que se hierarquizam, obviamente, dentro de si. Mas não cabe aqui hoje escrever sobre essa hierarquização.
São esses grupos os seguintes: o das pessoas que trabalham duro para ter comida na mesa, aqueles que se levantam cedo e só regressam a casa já tarde, aqueles que não têm tempo, nem vontade de se informar, de aprender/saber "coisas" novas e, por isso, são, de uma forma geral, desinformados e incultos. Gostam de telenovelas e de futebol. Este é o maior grupo.
Vem a seguir o segundo maior grupo: o daqueles que precisam do primeiro grupo para "sobreviver". São os chamados pseudo intelectuais, bem informados (?), cultos (?) e que se sentem permanentemente superiores aos do primeiro grupo sem nunca o admitirem directamente. As pessoas deste grupo têm uma necessidade vital de criticar o governo (seja ele qual for), apesar de, muitas delas, terem contribuído para a sua existência. É um sinal de cultura, criticar. Seja qual for o governo eles vão sempre criticar, porque isso faz parte. No fundo não pretendem mudar nada.
Finalmente o terceiro grupo (infelizmente o mais pequeno): o das pessoas que realmente se preocupam com o seu país, que têm uma opinião formada e que a assumem. Estes são aqueles que realmente se sentem mal com o estado a que chegou o nosso país. Um país que vai regredir décadas. Um país onde o direito à manifestação está a ser posto em causa, como se viu hoje. O actual governo reune todas as condições para "agradar" aos primeiro e segundo grupos: ao primeiro asfixiando-o até à exaustão, ao segundo dando-lhe todos os dias razões para poder exercer a sua "cultura da crítica", sem, no entanto, ter qualquer intenção de mudar alguma coisa.
Restará ao terceiro grupo fazer o que lhe foi aconselhado? SAIR.