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Nos últimos dois dias tenho lido e ouvido pessoas dos mais variados quadrantes escreverem e dizerem coisas que me deixam inquieta.
Parece então que direitos humanos e direitos dos animais (ou de outra forma, direitos dos animais, humanos e não humanos) não podem coexistir. Parece que, segundo o que tenho ouvido e lido, os segundos anulam os primeiros. Ou seja, se existirem direitos dos animais (a sério, coisa de povo civilizado) diz que os direitos humanos estão postos em causa. Escreve Daniel Oliveira: "...parece-me haver em muitos defensores mais radicais dos direitos dos animais um discurso que relativiza os direitos humanos. Porque não compreendem a sua absoluta excepcionalidade."
Defender a existência de direitos dos animais relativiza os direitos humanos? Porquê? A sério, não entendo. E volto ao princípio: não poderão coexistir? De que têm medo estes defensores "radicais" dos direitos humanos? De que nos tornemos todos uns bárbaros e, mais do que já fazemos, desatemos a atropelar os direitos humanos?
Por sugerir isto acham que eu dou menos importância aos direitos humanos do que o Daniel Oliveira?
Num ponto ele tem razão, não compreendo "a absoluta excepcionalidade dos direitos humanos". Não quando essa excepcionalidade é feita à custa da não existência de direitos dos animais.
E já agora (choquem-se os mais sensíveis), quem dita esta "absoluta excepcionalidade"?
"I am in favor of animal rights and human rights. This is the proposal of a whole human being” – Abraham Lincoln
"The fate of animals is much more important to me than the fear of appearing ridiculous" – Emile Zola
"Compassion for animals is one of the noblest virtues of human nature" – Charles Darwin