Pois é. Afinal quase todos os portugueses têm um 'bichinho'" destes em casa. Todos os que têm um crédito à habitação com prestação fixa. Ou seja, o banco ao qual pediram o crédito fez-lhes a seguinte proposta: mediante uma determinada taxa que lhe vai aumentar a prestação esta será fixa, independentemente das alterações das taxas de juro. Portanto você vai ter uma prestação um pouco mais alta, mas em contrapartida ela não aumentará se as taxas de juro aumentarem.
O banco ganha balúrdios.
Nós somos enganados. Oficialmente enganados. Enganados com o nosso consentimento. Todos sabem que as casas que compraram acabam por custar o dobro ou o triplo do seu valor real.
Isto é um swap.
Posto isto, quero agora fazer uma breve reflexão sobre os "outros" swaps. Os verdadeiros. Aqueles que não são simples bichinhos que temos em casa, mas sim autênticas bestas que tudo destroem e engolem à sua passagem.
Independentemente de existirem bons e maus banqueiros, bons e maus gestores, bons e maus políticos, a pergunta que se coloca é: a responsabilidade mãe, a responsabilidade primeira pela existência destas manigâncias financeiras é de quem? Da banca. Dessa banca que desde os anos 80 anda completamente à solta, sem travão. Dessa banca que nenhum governo conseguiu ainda travar ( e se algumas vozes houve dentro desses governos que o tentaram fazer foram de imediato silenciadas ).
Essa banca que é o vizinho rico que empresta dinheiro a todos, cobrando 10% de juros e que um dia, cego pela ganância, triplica o valor dos juros levando todo o bairro à falência e hipotecando as gerações futuras.
E pronto.
Fui eu a escrever sobre swaps.
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